Eai pessoal, vou compartilhar um pouco sobre a tecnologia por trás da Aptos, fiquem a vontade para complementar com algo que tenha faltado!
A Aptos funciona através de um mecanismo específico de Proof-of-Stake, chamado Byzantine Fault-Tolerant (BFT). Seus token holders fazem o staking através de um sistema de delegação, selecionando validadores específicos, os quais têm no consenso da rede um peso proporcional a quantidade total de tokens delegados que possuem.
Um de seus diferenciais em relação às principais blockchains do mercado é sua linguagem de programação própria, chamada Move. Ela é uma linguagem baseada em Rust (linguagem de programação da Solana) e foi desenvolvida por Sam Blackshear especificamente para o projeto Diem, do Facebook - na época, a rede social visava criar sua própria stablecoin e seu próprio sistema de pagamento, mas cancelou a iniciativa após pressão regulatória. Blackshear é, também, um dos core members de outra blockchain, a Sui, que assim como a Aptos, também possui um time composto por ex-integrantes da Meta.
Linguagem de programação Move
A linguagem Move e a arquitetura da Aptos implementam de forma nativa diversas melhorias que outros ecossistemas estão precisando passar para continuarem competitivos, além de ter como um de seus princípios chaves a dinamicidade, ou seja, sua capacidade de se atualizar conforme necessário.
A Aptos torna possível executar transações de forma mais rápida e mais segura através de uma abordagem modular, ou seja, com o processamento paralelo de transações de forma simultânea. Sua diferença em relação a outros ecossistemas modulares é que a Aptos não quebra a atomicidade das transações e, portanto, não sofre do problema de composabilidade entre os diferentes canais de processamento. Já a Ethereum por exemplo tenta resolver o problema de escalabilidade através da delegação da função de execução das transações para os rollups. Do mesmo modo, quer resolver o problema da composabilidade e da fragmentação de liquidez entre eles através da delegação da função de Data Availability para outras blockchains especializadas, como a Celestia.
“Account Abstraction” nativo
Uma das principais melhorias que a linguagem Move trás é relacionada a forma como os endereços de carteira funcionam. Uma carteira na Aptos é composta por quatro componentes: uma chave pública e uma chave privada (como já estamos acostumados); além de uma chave de autenticação e um endereço público.
Dos quatro, apenas o endereço público (que representa sua identidade) é imutável. Novas chaves públicas e privadas podem ser geradas sempre que necessário a partir da chave de autenticação.
Esse mecanismo é chamado de “rotação de chaves” e é uma ótima arma de mitigação de riscos associados a vazamentos, ataques hackers e até de futuros avanços tecnológicos capazes de quebrar os algoritmos criptográficos existentes. Além disso, a capacidade de delegar essa geração de novas chaves para endereços de terceiros inibe problemas relacionados ao esquecimento das mesmas e, consequentemente, a perda dos fundos da carteira.
Vale mencionar que essas possibilidades não são obrigatórias, mas acabam sendo fundamentais para que as grandes massas possam se inserir na Web3. Isso porque uma das maiores barreiras de entrada e manutenção de novos usuários é a segurança e a complexidade do processo de auto custódia.
Outro problema de segurança atual que a tecnologia por trás da Aptos pretende resolver é a falta de transparência das wallets atuais. A Petra, wallet nativa da Aptos, disponibiliza ao usuário de forma simples o que de fato vai acontecer se a transação for assinada, combatendo a assinatura de transações maliciosas por engano. Outras coisas, como a possibilidade de impor restrições de gastos também podem ser feitas.
Quem leu nossa edição sobre Account Abstraction na rede Ethereum pode ter enxergado algumas similaridades. Não é errado dizer que algumas das melhorias que a Ethereum busca implementar com o padrão ERC-4337 do Account Abstraction, a Aptos incorporou de forma nativa em sua blockchain.